#37 Phobia (1980)



Gosto muito de ser pega de surpresa com um filme, algo as vezes pequeno, mas que me chama a atenção e me faz criar interesse em assistir. Com Phobia foi assim, vi o cartaz com aquela cabeça metade sombreada, metade dividida com pessoas agonizando que eu supunha ser “jogos” de tortura. Bem, de certa forma, não deixa de ser. Phobia é um filme canadense dirigido por John Huston e estrelado por Paul Michael Glaser. Glaser interpreta o psiquiatra Dr. Peter Ross que está tentando introduzir uma nova técnica de terapia tida como radical. São 5 pacientes com fobias diferentes, todos voluntários, mas com o passado de crimes e para curá-las, eles as expõem aos próprios traumas em ambiente fechado e controlado pelo terapeuta. A coisa começa a desandar quando cada um deles começa a morrer de forma misteriosa pela mão de um assassino desconhecido que utiliza de suas próprias fobias, como agorafobia, altura, medo de cobras, de água e de homens.

 


Como disse mais acima, fui totalmente às cegas assistir e gostei. É o único filme de gênero na extensa filmografia de realizador de John Huston, um dos motivos que chama a atenção para dar uma chance, ao mesmo tempo, se você for daqueles que examina o cartaz antes de assistir, vai se irritar e se decepcionar antes mesmo de começar a ver. Por isso, se for um filme que esteja na linha de seu radar, vá sem ler ou olhar nada. Voltando aos traumas...fiquei me imaginando sendo exposta a alguns de meus medos como o de baratas ou sapos e seus derivados. Medo não, pavor e só de imaginar, já me gela a alma e minhas pernas tremem. Talvez jamais entraria num tratamento desses. Os voluntários estão num estágio até avançado da terapia, como uma delas que tem medo de estar em lugares ou situações que possam lhe causar a sensação de aprisionamento e o Dr. a coloca em teste. Ela precisa andar de metrô lotado, depois caminhar num parque e em seguida ir a pé para a casa dele. O teste meio que falha com ela dentro do vagão lotadasso de gente e ela sai correndo conseguindo chegar na casa do médico, lá encontra uma gaveta de arquivos com seu nome, a curiosidade a leva a abrir e BOOM! Uma explosão acaba não com ela, mas com todo seu sofrimento também. A partir daí inicia-se uma investigação e deduzem que a bomba era de fato para o doutor Ross. Mas quem queria se vingar dele? Será um de seus voluntários insatisfeito com o tratamento que está recebendo, já que são métodos bem perigosos e nada convencionais?


Na época, quando dirigiu este filme, Huston já tinha 74 anos e provavelmente já estava doente, pois em 1978 foi diagnosticado com enfisema e no ultimo ano de sua vida, em 1987 com 81 anos, já não conseguia respirar por mais de 20 minutos sem estar com oxigênio. Phobia é provavelmente seu filme mais obscuro e fora da curva de sua filmografia. Há ainda nomes envolvidos nesta produção que merecem total atenção, como Jimmy Sangster, um dos roteiristas e também uma das figuras importantes da produtora inglesa Hammer, tendo em seu currículo filmes como The Curse of Frankenstein (1957) e Dracula/The Horror of Dracula (1958) já resenhado aqui no blog por Queops Negronski. Termino este texto dizendo que foi uma grata surpresa conhecer Phobia, mesmo não sendo um filme genial ou memorável, no entanto, tem seus momentos com boas mortes e um certo suspense com algumas sequências bem elaboradas. Se você, assim como eu é um fã ou entusiasta do gênero, gosta de um bom mistério de assassinato e sabe se divertir olhando sempre para o lado bom da vida, dê uma chance para este aqui, você poderá ser surpreendido, assim como eu fui.











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