#2 A Noite de Terror (1981)

Não existe filme ruim, você é quem não se identificou com ele. 

Para mim, a principal característica de uma obra é a honestidade com a qual o tema é tratado, seja a produção milionária ou de baixo, pouco ou nenhum orçamento. Lembra daquele tempo em que todo filme pra gente era bom? De antes das leituras em revistas, sites ou livros especializados, livre das “amarras” de um conhecimento acadêmico ou não, por vezes engessado? Lembra quando invasões de seres gigantes feitos de emborrachados, planetas proibidos, maquetes mequetrefes, atuações canastronas, diálogos pobres e lutas mal coreografadas eram vistas como ouro por nós? Esse vai ser o meu foco por aqui, uma volta aos tempos primórdios para compartilhar com vocês lembranças de antanho, se houverem. 

Ok, eu sei que existem filmes ruins, mas eu também sei que vocês entenderam a minha proposta. Vai ser bom, confia. E para começar, trago hoje um filme que não vi na juventude, mas gostaria muito de tê-lo feito. Antes tarde do que nunca. Com vocês...

...A Noite do Terror (Le Notti del Terrore, 1981)

Direção:Andrea Bianchi

Roteiro: Piero Regnoli

O Professor Renato Barbieri desperta um grupo de mortos-vivos. Eles, felizes com a situação, não apenas o devoram como depois rumam para uma mansão que receberá convidados do falecido catedrático. Eles ainda não sabem, mas terão o banquete mais fácil de suas amaldiçoadas e fétidas existências. 

A sequência dos créditos iniciais é a coisa mais normal que você verá aqui, vários carros percorrendo uma estrada rumo a algum lugar. O lugar é a mansão do professor, que já viu melhores dias, mas que ainda tem serviçais à disposição. Enquanto esperam pelo anfitrião, as pessoas vão fazendo o que lhe apetecem para melhor desfrutar do lugar e do tempo, quando os desmortos começam a lhes atrapalhar os planos. 

Em qualquer filme, repito, em qualquer filme de terror nós sabemos que algumas regras básicas de sobrevivência são quebradas porque se respeitadas forem, sobem os créditos finais e já era o filme. Só que nesta maravilha italiana isso é levado ao limite e comecei a pensar seriamente se não eram todos ali pessoas cansadas da vida. Afinal, o que não faltam são maneiras de fugir. Mas eles preferem se encastelar na mansão e lutar contra criaturas lentas que, arrá!, dando uma rasteira em muita coisa que já vimos de filmes do tipo, são organizadas, conseguem desenvolver planos, escalar e usar armas, exatamente o que os vivos não fazem muito bem. 

Óbvio que um por um as pessoas vão morrendo mortes horríveis, mas não sem antes testemunharmos situações incomuns nas relações e reações de alguns personagens, na montanha russa em câmera lenta que é essa maravilha italiana. É bagunçado? É. Por isso que tá aqui. E tem mortes maravilhosas.

Comentários

  1. Não existe filme ruim, amo isso, com exceção de Batman versus Superman hahah, eu tbm gosto de aproveitar tudo de bom e ruim nas obras e confesso que nunca vi esta obra, mas prometo que verei :D

    ResponderExcluir

Postar um comentário