#28 A Vingança de J.D. (1976)

 


A Vingança de J.D. (1976)

Direção: Arthur Marks

Roteiro: Jaison Starkes

 

J.D. Walker (David McKnight) é um homem cuja vida é guiada por péssimas ações, mas, até mesmo os canalhas nutrem algum tipo de afeto e no caso dele, por Betty Jo Walker, sua irmã, a quem vê ser degolada por um homem (Lou Gossett Jr, que na época assinava apenas Louis Gossett) que deveria apoiá-la diante de particular situação. Arrasado e abraçado ao corpo da irmã, ele é acusado pelo assassinato e alvejado múltiplas vezes, vindo a óbito, porém, sabemos que na seara do horror, óbitos podem ser temporários.



Décadas mais tarde, Isaac Hendrix (Glynn Turman), um jovem estudante de direito que trabalha como taxista e tem uma vida banal como a maioria de todos e todas nós, até que numa noite de comemoração, durante uma sessão de hipnose num restaurante, se vê possuído pelo espírito de J.D., que ao invés de aproveitar essa “segunda chance” para se redimir das canalhices que cometeu em vida, aos poucos vai transformando a vida de Isaac num inferno ao mesmo tempo em que trama uma vingança contra os responsáveis pelo desencarne da sua irmã (Alice Jubert), fazendo cair as máscaras dos envolvidos, pessoas muito queridas e respeitadas na comunidade que, igual todo hipócrita bem relacionado, permanecem impunes.



A vingança de J.D. é, de certo modo justa, mas é triste observar a decadência que isso acarreta na vida de Isaac, homem lutador que percebe a ruína ao seu redor, mas, não consegue fazer nada frente a um poder maior que a carne e que trabalha num outro plano, as mudanças não se restringem ao comportamento apenas, gestual, visual, linguajar e tudo o mais vai sendo dominado o enquanto o pobre homem leva a culpa e vê seu casamento, estudos, credibilidade e sanidade mental descerem pelo ralo neste Blaxploitation tenso com elenco de primeira qualidade, muitíssimo válido de se assustar e se divertir junto.  




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