#3 Neon Maniacs (1986)

Não sei exatamente quando trombei com esse filme, mas sei que foi amor à primeira vista. Não é nenhum clássico, quase ninguém conhece (e, no meu círculo de amigos, quem conhece é porque eu obriguei a assistir). Tem algo nesse filme que me faz muito feliz, e até hoje eu não sei exatamente o que é.

Neon Maniacs foi lançado em 1986, dirigido por Joseph Mangine e escrito por Mark Patrick Carducci. No IMDb, Mangine possui apenas dois créditos de direção: Neon Maniacs, e um filme de 1968 chamado Smoke and Flesh. Mas o cineasta também foi diretor de fotografia de alguns outros filmes, como o “clássico” Alligator: O Jacaré Gigante (1980), Alligator 2: A Mutação (1991), Noite de Pânico (1982), e a série do Monstro do Pântano do começo dos anos 1990. Já Carducci, o roteirista, fez ainda menos coisas, mas escreveu, dirigiu e produziu o documentário sobre a produção de Plan 9 From Outer Space, chamada Flying Saucers Over Hollywood: The 'Plan 9' Companion.

Esse breve resumo das carreiras dos dois principais envolvidos nesse projeto é só para dizer: sim, é o fundo do poço dos fundos dos poços.

Neon Maniacs conta a história de um grupo de adolescentes que se unem para tentar deter monstros que estão vivendo em uma ponte de São Francisco. Quando eles tentam avisar as autoridades, ninguém acredita neles, então eles tomam para si a responsabilidade de salvar o mundo. 

Esse é um plot bastante comum de filmes no geral. E Neon Maniacs é, também, um filme bastante comum do período — tem até menos sexo e sangue que era de se esperar de um slasher de 1986. Mas ele simplesmente não fez sucesso. Só que os produtores estavam confiantes que faria.

“There are twelve good reasons to be afraid of the dark. And everyone of them is a killer”

O filme foi todo construído como se esperassem que várias continuações fossem encomendadas. Os assassinos, conforme fazem suas vítimas, deixam um tipo de card colecionável por aí. O visual dessas criaturas mutantes que ninguém sabe muito bem de onde vieram também é completamente cartunesco. É como se quisessem tanto que o filme fosse bem sucedido que eles tinham até material de marketing para os próximos. O que não aconteceu, infelizmente. 

O filme está longe de fazer sentido, juro. É uma bagunça. Pode não ter envelhecido tão bem, mas a maioria dos filmes do período também não envelheceram. Entretanto o visual é interessante, o filme é, sim, divertido, e se ele, entre todo o mar de lama que os anos 1980 produziu, não encontrou o amor do público, só posso acreditar que é uma pena.

Meu grande destaque vai para a personagem Paula, interpretada por Donna Locke, que é uma garota apaixonada por filmes de terror e monstros, e vive por aí com um boné da Nostromo, que eu quero um igual por causa dela (um pouquinho por causa de Alien, também, vai).

Se um dia eu me tornar uma diretora ou tiver dinheiro para investir em uma produção, eu vou forçar a barra e colocar Neon Maniacs no topo da minha lista, como remake, como sequência ou como “sequência espiritual”.

Os "Maníacos do Neon" na foto da firma