Direção: M. Night Shyamalan
Ah, os fantasmas, esses traços energéticos que vagam em eterno loop expressando suas dores em variadas formas, alguns sabem o caminho para o descanso, outros desconhecem e a maioria não quer, por desconhecer a própria condição. Eu amo histórias de fantasmas, pessoalmente não acredito, mas acho um tema curioso, afinal, é um dos piores castigos da existência: continuar a viver depois de morrer. Imagina só vagar por séculos lamentando velhos erros ou atazanando quem nunca fez mal a ninguém, mas, acontece de estar no caminho dessas manifestações e indefeso, vivenciar situações indescritíveis. Isso piora se você for uma criança. O doutor Malcolm Crowe (Bruce Willis), psicanalista infantil respeitado, igual muita gente, nunca tinha pensado nessas coisas e naquele momento de sua vida o bom doutor queria apenas aliviar uma leve embriaguez após justa premiação conversando com a esposa (Olivia Williams) sobre como chegaram até ali, a credibilidade dele no meio, no quanto eles sacrificaram a relação para alcançar tudo isso e o amor que sentem um pelo outro, quando um barulho no andar de cima chama a atenção deles e dão de cara com um homem pálido e esquelético em claro surto psicótico (Donnie Wahlberg, que apareceu com o visual do filme sem avisar nada ao diretor, que adorou) que atira à queima roupa em Malcolm e se suicida em seguida.
Mais do que um bom filme de terror, O Sexto Sentido trabalha com equilíbrio, relações de amor, perda e ausência, o que está em questão ali não são apenas os mortos ou os destinos que nos aguardam depois que nos abotoam o paletó de madeira, mas também como encaramos a vida e a maneira como a vivemos, um filme perfeito para indicar a pessoas que dizem não gostar de filmes de terror só para vê-las quebrar a cara em mil caquinhos.
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