#114 Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack (2001)


E Godzilla passou por outro reboot nos anos 2000. Começando ali com o filme Godzilla 2000: Millennium, com resenha aqui no blog por nosso amigo Ale, novamente a história segue novos rumos (dessa vez, um bocado mais surtado que os anteriores) na Era Millenium.

Diferente das duas últimas eras, em que os filmes seguiam um certo tipo de sequência nas histórias — apesar de você poder assistir em qualquer ordem, às vezes alguns acontecimentos refletiam nos filmes seguintes, como no caso de Godzilla vs King Ghidorah, na Era Heisei —, os filmes da Era Millenium acabam servindo como filmes base, com algumas poucas referências a filmes anteriores. E eles ignoram as eras passadas.

Ou seja, nossos monstros favoritos são um pouquinho diferentes aqui.

Dirigido por Shūsuke Kaneko com Makoto Kamiya e lançado em 2001, Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack acaba sendo o vigésimo sexto filme ao longo da franquia do Zilla, nosso amigo lagarto radioativo. Mas esse filme guarda surpresas. Muitas surpresas. Neste filme, além de monstros enormes, nossa deusa Mothra, e um visual que se aproxima bem mais dos anos 2000, nós também temos lendas e até mesmo possessões.

Tudo começa com o desaparecimento de um submarino norte-americano. Depois, uma série de terremotos. Depois, uma larva de Mothra fica puta quando é acordada por adolescentes (eu também ficaria). E aí, encontram um Ghidorah congelado. Não é exatamente nessa ordem, mas é, sem dúvida, uma cadeia de eventos.

Nossa personagem central aqui é Yuri Tachibana (Chiharu Niiyama), que está gravando um docudrama no local onde os terremotos acontecem. Curiosa, Yuri guarda a suspeita de que um monstro gigante possa ter feito os abalos terrestres. Quando entra em contato com um amigo, Yuri ganha um livro sobre uma antiga lenda, dos Monstros Guardiões. Se você está familiarizado com o lore do Zilla e da Toho vai identificar as imagens: um dragão de três cabeças, uma criatura esquisitinha com um chifre no nariz, e uma borboleta espalhafatosa. Os três são Ghidorah, Baragon e Mothra. 

O Baragon é menos reconhecido pra gente, mas eu fiz umas pesquisas e ele esteve na Toho por um longo tempo. O primeiro filme em que apareceu foi Frankenstein Conquers the World. Neste filme, ele faz um tipo de trindade da pacificação da terra com a deusa e o reizinho. 

Esse é o Baragon

Pois bem, aí é que tá. Godzilla sempre foi um filme muito político, vide o filme de 1964, mas nesse aqui eles foram até um ponto muito além do que eu esperava, do que você esperava e do que todos nós esperávamos: o Godzilla foi acordado graças às almas dos mortos na Segunda Guerra Mundial II que buscavam vingança, porque o Japão não aceita seus crimes do passado.

Juro.

Achei um surto, mas gostei do filme. É uma ideia bem diferente do que a gente tinha visto até agora nos filmes de Godzilla, mas achei bem interessante. Não sei se gostei tanto do visual do Zilla ou se apenas sou viúva (ainda) do Zilla dos anos 1960, e ainda não sei o que pensar do visual da Mothra, mas é um filme bacana.

Preciso dizer que essa produção tem cheiro dos anos 2000. Personagens, filmagem, atmosfera, tudo. Sabe aqueles trailers que vinham nos DVDs que você olha hoje em dia e pensa “isso só poderia ter saído dos anos 2000 (tipo Turbulência 3)? Não é nem uma reclamação, porque eu adoro. Mas fica aí a constatação. 



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