#213 Seres Rastejantes (2006)


Seres Rastejantes

2006, EUA colorido, 95 minutos 

Slither

Direção e roteiro: James Gunn

Elenco: Michael Rooker, Elizabeth Banks, Nathan Fillion, Tania Saulnier, Brenda James, Gregg Henry, Lloyd Kauffman, entre outros e outras.

"Graças a Deus?! Isso está passando do limite! Essa coisa está mais longe de Deus do que o capeta!!!", Prefeito Jack Mc Cready

Na maioria das vezes, por pura, simples e massacrante insegurança, para mim escrever é um parto e às vezes, como nesse caso em específico, complicado. Primeiro que esse texto deveria ter sido publicado ontem, segundo, deveria ser sobre O Dia em que a Terra Parou (1951, direção de Robert Wise), mas, a cópia que eu tinha em mãos se recusou a rodar e óbvio, tive que substituir o filme e decidi por um que assistira há anos, gostara e pelo tema desta maratona no blog, seria perfeito. Procurei por todas as vias possíveis e o encontrei para alugar num serviço de streaming e assim o fiz, me surpreendendo com a rapidez com que o débito caiu na conta. Procurei não pensar muito nisso, dei o play e... SURPRESA! O filme era dublado e não tinha a opção do áudio original!!! Sem tempo que estava, me revesti com o espírito jovial da Sessão da Tarde, deixei fluir e então percebi que nunca antes na vida eu tinha visto o tal filme. Nunca. Porém, para a minha sorte, percebi isso nos primeiros quinze minutos e de pouco adiantou, porque mesmo dublado, Seres Rastejantes me cativou desde os seus primeiros momentos, apesar de em seu decorrer acontecerem "piadas" questionáveis que acabam corroborando com algumas acusações sofridas pelo diretor e roteirista James Gunn há alguns anos devido à antigas declarações do mesmo, mas, isso é outra história e, diferente da contada no filme, séria.

A pequena cidade americana de Wheelsy, na Carolina do Sul (EUA) é igual à maioria das pequenas cidades americanas mostradas em filmes: bonita, calma e aparentemente segura, um sonho de consumo onde a temporada de caça está prestes a ser iniciada e todos estão em polvorosa, mas, pelos motivos errados, pois eles e elas ainda não sabem que na noite anterior um meteoro caiu em seus campos e trouxe dentro dele um visitante com hábitos pouco diplomáticos, fato descoberto por Grant (Michael Rooker), um típico macho man que satisfaz apenas a si mesmo e que por isso mesmo está em crise no casamento com Starla (Elizabeth Banks), moça de origem humilde que, de acordo com os fofoqueiros da cidade, não pensou duas vezes antes de se jogar de corpo, alma, véu e grinalda nos braços do homem, que uma noite, após ter seus avanços rejeitados pela parceira, faz uma cena e vai pra um bar tentar a sorte e se dá bem, ao ser abordado por Brenda (Brenda James), uma mulher com intenções similares às dele. A decisão de irem dali pro mato (literalmente) não demora muito e lá, durante uma crise de consciência, Grant de depara com algo nojento e disforme a rastejar sobre a terra e ao invés de agir como qualquer pessoa normal e se afastar da gosma, vencido pela curiosidade, ele se aproxima e é atacado pela criatura, que dispara uma espécie de dardo vivo que se afunda em seu peito e começa a controlar suas atitudes e funções vitais.

A partir daí, a vida dele e da cidade jamais serão as mesmas, pois descobrirão que aquele ser é feito  de fome e que a Terra não é o primeiro lugar que ele visita e que, se não formos rápidos, não será o último, num filme que equilibra humor e carnificina com um roteiro pra lá de simples, elenco simpático e referências mil a outros filmes de gênero, o que acaba se tornando uma diversão a mais numa obra que em mim deixou imensa vontade de rever e não apenas de imediato, mas, no decorrer da vida. Uma grata surpresa movida a mortes bastante parecida com um monte de filmes que a gente já viu e que não reinventa a roda, mas, lubrifica as engrenagens que a fazem girar com muito sangue e gosma. Divertidíssimo, confia.




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