#302 As Duas Vidas de Audrey Rose (1977)

Eu sou uma pessoa curiosa, né, vocês sabem. Eu vivo revirando listas de filmes tal qual um pobre guaxinim revirando uma lata de lixo. Audrey Rose estava na minha watchlist há algum tempo, e resolvi investir nele. Mais drama do que terror, ainda assim acho que vale falar um pouquinho do filme e recomendar ele por aqui. 

A família Templeton é muito feliz. O começo do filme apresenta uma montagem meio sitcom, até, com uma música alegre e animada, os pais, Bill (John Beck) e Janice (Marsha Mason) muito feliz com a amada Ivy (Susan Swift), andando de bibicleta, tirando fotos, etc etc. Tudo vai muito bem no mundinho dos Templeton. Até que, um dia, Janice vê um homem estranho na saída da escola. E, mais tarde, Bill conta que este mesmo homem tem sido uma constante: para onde ele vai, esse homem também parece estar.

O homem em questão é Elliot Hoover (Anthony Hopkins), um homem muito rico que trabalha em uma grande empresa, mas que perdeu a mulher e a filha de cinco anos em um acidente de carro. A ideia de Bill é confrontar o sr. Elliot, mas isso não é necessário: Elliot chama o casal Templeton para conversar, pois tem algumas explicações a dar a eles.

Elliot conta sua história, da perda da esposa e da filha, e de como dois videntes contaram a ele que, na verdade, sua filha, Audrey Rose, ainda estava viva, vivendo em Nova York, com uma nova família, reencarnada. Por um acaso, depois de muito pesquisar, Elliot descobre que Audrey Rose reencarnou na jovem Ivy Templeton, e por isso tem seguido a família.

Bill e Janice acham isso um absurdo, mas chamam Elliot novamente para uma conversa, dessa vez com a presença (de butuca) do advogado de Bill. Ivy começa a ter estranhos pesadelos e um estado de semiconsciência, onde se joga na janela e aparece com queimaduras nas mãos, e o único capaz de acalmá-la é Elliot. Há uma dessas vezes, de um ataque de Audrey, que Janice até chama Elliot para ajudar.

E aí, um dia, Elliot tenta sequestrar Ivy, e acaba preso, e começa um julgamento onde ele afirma, com advogado e tudo, que Audrey Rose vive em Ivy.

Quando li a sinopse de As Duas Vidas de Audrey Rose eu imediatamente pensei nas novelas espíritas da Globo. Um lance meio A Viagem e Alma Gêmea, sabe? Mas era adaptação de um livro do Frank de Felitta, e conhecendo o Frank de Felitta como conheço — ainda hoje sinto arrepios depois de ler O Demônio de Gólgota, do qual gosto muito — pensei “hm, não deve ser só isso de jeito nenhum”.

Vi também que o filme era dirigido por Robert Wise. Gosto do que Wise fez com a adaptação de A Assombração da Casa da Colina, que recebeu o título de Desafio do Além aqui no Brasil e foi lançado em 1963. Então, bom, vamos ver de qual que é.

O filme de jeito nenhum vai para onde eu esperava, levando em consideração que é uma adaptação do Frank de Felitta (mas já comprei o livro pra ver se é fiel ou se é mais esquisito), não tem nada muito absurdo nem muito medonho, mas vale bastante se você curte essa atmosfera mais “hm, isso vai dar merda a qualquer momento”, ou mesmo se você gosta de uma coisa mais sobrenatural mais soft. Mesmo sendo mais um drama do que um terror, tem boas cenas e momentos de tensão bem interessantes.


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