#332 Slotherhouse (2023)

Chamem de magnetismo, maluquice, curiosidade mórbida, ou simplesmente falta de apreço pelo meu próprio tempo livre, mas eu tenho uma fascinação bastante intensa quando vejo um roteiro absurdo. Quando eu vi a primeira imagem de Slotherhouse eu pensei “não pode ser”. Achei que seria uma grande merda, com o perdão da palavra. Não dei muita bola.

Mas o tempo foi passando, eu fui vendo o pôster do filme repetidas vezes, até que pensei “tá, vamo ver de qual que é”. Sem esperar absolutamente nada, eu tinha certeza que seria só mais um filme bobo sem nenhum atrativo.

E caramba, eu estava enganada.

No filme, Emily (Lisa Ambalavanar) está chegando em seu último ano na faculdade, junto de suas amigas Maddy (Olivia Rouyre) e Zeny (Bianca Beckles-Rose). Emily quer concorrer à presidência de sua irmandade, mas para isso ela deve ir contra Brianna (Sydney Craven), a menina malvada do filme. Quando tudo parecia perdido, ela encontra, andando no shopping, um cara chamado Oliver (Stefan Kapicic) que, descobrindo que Emily é uma amante de animais, diz que poderia lhe mostrar uma preguiça.

Quando Emily vai se encontrar com esse cara, ela encontra a preguiça sozinha no local, e a leva embora. Só mais tarde é que Emily descobre que Oliver era um contrabandista de animais. Ainda assim, ela mantém a preguiça na irmandade, apresentando ela — chamada agora de Alpha — como o novo mascote da casa. Isso garante a Emily diversos votos para sua futura campanha como presidente, deixando Brianna com muita raiva.

E é nessa que a Alpha começa a cometer assassinatos. Já quando foi sequestrada por Oliver, temos um vislumbre que ela não é boa coisa. Depois, quando ela própria assassina o contrabandista, começamos a ter certeza. Era só questão de tempo que, confinada com tantas jovens, ela começasse a causar confusão. O gatilho foi quando Alpha navegou (!) no notebook de Emily e viu que ela tinha uma foto com Oliver.

Dirigido por Matthew Goodhue e escrito por Cady Lanigan e Bradley Fowler, o filme é bem teen. O próprio diretor afirmou, em entrevista ao Bloody Disgusting, que queria fazer um filme para o público jovem, mas que o público adulto também pudesse se divertir. Então não esperem banhos de sangue e cenas explícitas. Mesmo assim, é tudo muito bem feito.

A Alpha é um boneco animatrônico controlado por várias pessoas, mais ou menos no mesmo esquema do Chucky. O filme contou com a equipe do Creatures Effects para a criação de Alpha, e o marionetista Greg Ballora foi o principal responsável pelos seus movimentos. E isso conquistou demais meu coração. Amo animatrônicos e amo efeitos práticos. Além do mais, Alpha é muito fofinha, tem cenas maravilhosas e me peguei rindo diversas vezes. 

A ambientação do filme em uma irmandade também não foi coincidência. Goodhue dá os créditos à roteirista Cady Lanigan, e afirma que ficou muito satisfeito por ser um cenário tão conhecido dentro do terror, sendo um aceno a filmes como Noite do Terror (1974), The House on Sorority Row (1982) e A Morte Te Dá Parabéns (2017).

O filme é divertidíssimo. Filmes de criaturas e objetos inanimados assassinos por vezes andam sobre a linha tênue e bamba, com o perigo de caírem para a bobagem completa, mas Slotherhouse faz um trabalho competente. Não é bobo demais, mas não se leva a sério também. E um grande ponto do filme: não ofende ninguém. Para mim, achei que foi feito na medida, então excelente trabalho de direção e dos roteirista. Já estou curiosa com o que eles farão em seguida.


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