#348 Skull, A Máscara de Anhangá (2021)

Skull - A Máscara de Anhangá

2021 - BRA 

Direção e roteiro: Kapel Furman e Armando Fonseca

Elenco: Natállia Rodrigues, Wilton Andrade, Rurik Jr, Ivo Müller, Ricardo Gelli, Guta Ruiz, Gilda Nomacce

Estava Anhangá, um antigo deus pré-colombiano, flutuando no esquecimento fazendo nada, quando neste plano pessoas pessimamente intencionadas, através de um artefato ancestral, a saber, uma máscara que, conjurada com sangue, utiliza hospedeiros humanos e sai causando mortes, pois cada uma delas fortalece a abertura de um portal para este mundo e o intento de Anhangá de vir para cá fazer as coisas que deuses vingativos e obsoletos fazem: matar, assustar, apavorar e oprimir. 

Após uma tentativa fracassada, a máscara fica perdida por muitos e muitos anos, até ser encontrada na Amazônia, onde, à revelia de seus verdadeiros donos, se decide levá-la para um museu. Antes de entregar o artefato, Galvani Volta (Guta Ruiz), a responsável pelo transporte, saudosa dos beijos de Lilah (Greta Antoine), o seu amor, decide passar em casa antes. Na mesma noite, curiosa e sem ter mais o que fazer, enquanto Galvani dorme, Lilah abre a caixa e usando de vários meios, invoca os poderes da máscara. Anhangá,  percebe a movimentação e faz o que essas criaturas fazem em momentos assim, chega junto e mostra para a pessoa incauta que o sangue dela é muito mais bonito e vistoso fora do corpo.

Galvani desperta apenas para ver o tronco dilacerado da namorada e ser barbaramente assassinada logo depois, dando início a uma investigação policial liderada por Beatriz (Natállia Rodrigues), profissional de passado nebuloso e à pressão de Tack Waelder (Ivo Müller), responsável pelo museu, que acredita que a recuperação da peça é mais urgente do que a captura de quem quer que tenha provocado aquelas mortes. Como se isso não bastasse, Manco Rodriguez (Wilton Andrade) um representante do povo originário (fictício, aviso logo, nenhuma cultura ancestral foi desrespeitada no filme) dono do artefato, sente a proximidade da máscara e usando de seus meios, com a ajuda de um padre(!!!), vai atrás do que lhe pertence. O problema, por que sabemos, sempre existe um, é que Anhangá, além de ter seus próprios planos, se fortalece a cada morte, dificultando as ações de quem o caça.

Skull - A Máscara de Anhangá, foi um projeto gestado desde 2013 que só veio à luz em 2020, angariando boas críticas, prêmios e fãs por onde passava, cativando a todos e todas com a jornada ornada com gosto pelo efeitos especiais de Kapel Furman, profissional com mais de vinte anos de experiência que mostra ao público em diferentes, sangrentas e inventivas mortes que essas décadas foram aproveitadas da melhor maneira possível, levando a violência gráfica dos filmes de horror brasileiros a outros níveis, se utilizando de maneira excelente do mote da história, deixando felizes, ainda que virando a cara em alguns momentos, os fãs e as fãs do cinema de gênero daqui e de outros países, pois, exibido em diversos festivais no exterior, teve excelente receptividade e não poderia ser diferente, Skull - A Máscara de Anhangá reúne em si elementos que cativam os fãs e as fãs do insólito, afinal, não tem como um deus antigo flutuando no esquecimento cósmico, rios de sangue, mortes horrendas, supremacistas encontrando o destino que merecem e a presença de Gilda Nomacce (gigante como sempre, apesar da participação reduzida) dar errado.

Vale.





Comentários