#138 Anatomia Extinction (1995)

 

Yoshihiro Nishimura é um dos grandes diretores de horror do cinema japonês vindos dos anos 80. Não só isso, juntamente com a direção ele é um grande roteirista e expert em efeitos especiais. Toda sua safra oitentista é formada por curtas e médias metragens nas quais ele, majoritariamente, está envolvido nesses três setores. Seus filmes mais conhecidos formam uma união entre o gore e o cyberpunk, apresentando armas absurdas construídas diretamente da carne e ossos dos heróis e vilões.

Como maquiador e criador de efeitos especiais ele participou de grandes produções como Shin Gojira e Ataque dos Titãs assim como em trabalhos próprios como seu primeiro grande sucesso Tokyo Gore Police e Meatball Machine. Inclusive, já destaco aqui que Anatomia Extinction é um predecessor de Tokyo Gore Police, dali partiram as ideias que se transformariam, quase 10 anos depois, em um longa.


No média metragem, o mundo passa por uma situação crítica de crescimento descontrolado da população. No Japão, o principal canal de TV e de rádio transmitem 24h a porcentagem de fluxo exagerado de pessoas por áreas do país, porcentagens essas que alcançam quase o dobro do que aquelas regiões deveriam aguentar como, por exemplo, vias expressas, trens, metrôs e regiões do centro. Acompanhado disso, acredita-se que mais de um serial killer está a solta, matando todo tipo de gênero e idade, e, novamente acredita-se, que isso é resultado do estresse causado pela superpopulação. 

Um homem (não nomeado) é um dos que sofrem com tudo isso. Retornando de seu trabalho, enfrentando ruas sofríveis de cheias, de repente ele se vê sozinho na plataforma de um trem abandonado e percebe que está sendo perseguido. O que ele encontra neste caminho tortuoso é a existência de outros homens que possuem seus corpos modificados como armas que possuem a missão, quase religiosa, de reduzir a população e trazer um novo equilíbrio para a população. Ele não quer fazer parte disso, mas parece que fugir não é uma solução. Ele precisa acabar com os "ratos", a "sobra" da humanidade.


Assisti mais por gostar de Tokyo Gore Police e saber sua conexão e acabei me surpreendendo. O média tem um clima claustrofóbico que ganha muito com a trilha sonora. A câmera experimental, com seus movimentos e velocidade exagerada em vários pontos, me fez lembrar do filme Tetsuo, que parece ter feito outros tantos fãs terem pensado o mesmo.

O "body horror cyberpunk" funciona e, apesar de muitas cenas se passarem de noite (acredito eu para não haver perda de qualidade nos efeitos especiais), dá para comprar bem toda a maquiagem brilhosa, gosmenta.

O senso de paranoia também acrescenta ao filme. Ficamos com a pegunta sobre o que a personagem passa a ver na TV e ouvir na rádio: é real que o governo passou a incentivar as mortes ou é tudo imaginação da mente perturbada deste assassino? Pois assista!

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