#260 A Autópsia (2016)

Ontem procurando filmes para assistir e escrever para o blog, comecei a ver um no Youtube baseado em conto de Edgar Allan Poe, mas não me cativou. Comecei a procurar outro e aí Queops deu a ideia de assistir um que ele tinha acabado de ver e gostado muito. A Autópsia, de 2016 é do mesmo diretor de O Caçador de Trolls, Andre Øvredal poderia ser muito bem um filme vindo da mente e dos escritos de Allan Poe, pelo tom sombrio, macabro e a atmosfera gótica, mas com menos gore, ok, o que no fim, acabei meio que voltando para a ideia inicial. 

Tudo começa com o xerife Sheldon Burke (Michael McElhatton) e a tenente Wade (Jane Perry) sendo chamados para um homicídio múltiplo numa casa. Toda a família foi assassinada, mas o que intriga é que as portas estavam trancadas por dentro e as entradas da casa não foram forçadas, deixando a entender que eles morreram tentando sair. Só que o que parecia complicado, fica mais ainda quando Burke acha o corpo de uma mulher jovem enterrado no porão, sem marcas e completamente limpo. Ansiosos para saber o que aconteceu, ele leva o cadáver até o necrotério da cidade, uma empresa familiar passada de geração em geração sendo administrada agora pelo pai Tommy (Brian Cox) e seu filho Austin (Emile Hirsch). A partir daqui a trama se volta para o ambiente do necrotério e acompanhamos passo a passo as análises e dissecação do corpo em busca de respostas sobre a morte da moça, só que o que a desconhecida entrega, são mais perguntas e enigmas cada vez mais cabeludos. O primeiro questionamento de muitos, só para vocês terem uma ideia, é do porquê o corpo dela continuar tão intacto mesmo tendo morrido há tempos. O exame detalhado do corpo segue e os dois passam a vivenciar eventos estranhos e fora do comum, o que vai deixando a trama mais misteriosa ainda. No entanto, algumas perguntas vão sendo deixadas no caminho, meio que parecido com as migalhas de pão que João e Maria vão deixando na estrada para não se perderem e se você for um espectador atento, vai sacar do que se trata antes dos dez minutos finais do filme, que é quando tudo se revela.

Esse foi o primeiro trabalho de Øvredal no idioma inglês que dirigiria em 2019 o simpático Histórias Assustadoras para se Contar no Escuro (produzido por Guillermo Del Toro). Em A Autopsia, trouxe um filme inteligente e intrigante, apesar de extremamente gráfico, mas dá para suportar se você for daqueles mais sensíveis e assim como O Caçador de Trolls, comentado aqui há pouco tempo por Queops Negronski, a atmosfera de A Autopsia é cativante e claustrofóbica, se passa num único ambiente com cenário super detalhado e a câmera sendo trabalhada quase como se fossemos um terceiro legista, aumentando mais ainda a sensação opressiva e realista. A dobradinha entre Cox e Hirsch é bem satisfatória e isso acaba sendo fundamental na história. Mas o destaque aqui é Olwen Kelly, atriz que interpreta a desconhecida que está sendo dissecada. Ser especialista em yoga, fez ela conquistar o papel por conseguir ficar muito tempo imóvel e controlar a respiração, afinal, ela é um cadáver.

Com a tensão construída e o tapete forrado pronto para as respostas serem respondidas, é que o filme ganhar um plus ao mesmo tempo que uma queda, e para mim ele só não foi perfeito por conta das tentativas excessivas de sustos, ainda assim, A Autópsia segue sendo uma bela surpresa com boas atuações, efeitos e maquiagens bem cuidados e um plot inesperado que me fez vir aqui indicar a vocês que ainda não assistiram. 




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